“O engajamento na reforma agrária mudou completamente minha relação com o alimento”, afirma Bel Coelho

Apresentadora do do programa Receita de Viagem (TLC Discovery) e cozinheira do restaurante Clandestino, Bel Coelho fala ao Terra Madre Brasil sobre o ativismo entre colegas de profissão, a nova fase do movimento no país e da sua participação no Terra Madre Brasil 2020: a mediação da Oficina do Gosto Cacau e Chocolates de Origem, que acontece nesta sexta-feira, às 15h30, e conta com a participação de Cesar Mendes, produtor de chocolate de origem amazônica e ativista Slow Food no Pará e Luciano da Silva, do Assentamento Dois Riachões, que integra a Fortaleza do Cacau Cabruca do Sul da Bahia.  

Slow Food Brasil: Poderia comentar um pouco sobre o que os  internautas podem esperar da sua oficina? 

Bel  Coelho: Acredito que possam esperar uma aula de aplicação de um chocolate de origem e também um pouco de como se dá a relação de um chef e um agricultor familiar.

Slow Food Brasil: Acha que mesmo em um formato online é possível que o Terra Madre Brasil 2020 conscientize o público de que comer é um ato político? 

Bel Coelho: Sim, acredito que a qualidade e conteúdo das oficinas e palestras são decisivos para essa conscientização.

Slow Food Brasil: Em sua trajetória de trabalho percebemos seu engajamento em prol da reforma agrária e da valorização das comunidades tradicionais. De que forma esse envolvimento transformou sua relação com o alimento? 

Bel Coelho: Transformou completamente porque além de ter me aproximado da terra e do alimento, me aproximou também de histórias humanas que podem ser também muito inspiradoras para a criação de novos trabalhos.

Slow Food Brasil: De que maneira é possível formar cozinheiros com mais consciência política e com uma visão mais abrangente do significado cultural da cultura alimentar?

Bel Coelho: Essa consciência deve estar nas escolas de gastronomia e os chefs que acreditam nessa consciência também tem esse papel de engajar novos cozinheiros. 

Slow Food Brasil: Quais são as suas expectativas em relação a essa nova fase do movimento Slow Food no Brasil?    

Bel Coelho: Eu espero que seja o fortalecimento de uma relação cada vez íntima e saudável entre produtores de alimentos de qualidade e consumidor final.